A Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis), mais conhecida no Brasil como Terapia ABA, aplica os princípios da Análise do Comportamento, abordagem do campo da Psicologia que visa a compreensão do homem por meio da sua interação com o ambiente.
Com mais de cinquenta anos de pesquisa e planos de intervenção bem sucedidos, a Análise do Comportamento Aplicada contribuiu significativamente para o avanço do tratamento de indivíduos diagnosticados dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Uma ciência baseada em evidências
Pesquisas pioneiras de Ferster (1961) e Ferster e DeMyer (1961 e 1962), realizadas em laboratório, demonstraram que era possível a aplicação dos princípios de aprendizagem em crianças com distúrbios de desenvolvimento, uma vez que o comportamento delas poderia ser modificado. Percebeu-se que os repertórios comportamentais aumentaram e comportamentos tidos como problemáticos diminuíram.
Ivar Lovaas, no ano de 1987, também apontou resultados importantes ao legitimar o uso de princípios comportamentais no ensino de crianças diagnosticadas com autismo. De 19 crianças que tiveram acesso a este tratamento intensivo (Terapia ABA), 47% foram reintegradas com sucesso em escolas regulares, e apenas 2% conseguiram atingir esse objetivo com outras formas de intervenção.
O objetivo da Terapia ABA
O propósito da Terapia Aba nos casos de TEA é o ensino de repertórios socialmente relevantes e funcionais, sejam eles relacionados à habilidades sociais, acadêmicas, atividades da vida diária etc. Visa também fazer com que comportamentos inadequados (ex.: autolesão, agressividade, estereotipias) desapareçam, e novas formas de comunicação sejam estabelecidas.
Busca ampliar a percepção de mundo, favorece interações sociais e auxilia crianças, jovens e adultos a desempenhar, com mais independência, papéis que são relevantes em suas vidas.
Como funciona?
Para o ensino de novas habilidades são planejadas intervenções individualizadas. De início, é realizada uma avaliação por um analista do comportamento para identificar qual o repertório que a criança já tem e o que precisa ser desenvolvido. Posteriormente, é feita a seleção e descrição de metas e objetivos a serem alcançados a curto, médio e longo prazo.
Após esse processo, são elaborados programas de ensino, onde são descritos os procedimentos que serão realizados pelo terapeuta e/ou familiares. Estes programas constroem pré-requisitos e habilidades básicas de aprendizagem para que a criança seja capaz de aprender sozinha. O registro de dados é de fundamental importância para o andamento do tratamento, bem como avaliação contínua.
As novas habilidades são, em sua maioria, ensinadas de um para um (terapeuta e estudante) em um ambiente estruturado. Depois elas são introduzidas em contextos naturais, ou seja, em situações que fazem parte da rotina das crianças. As intervenções realizadas ocorrem de maneira sistemática.
É importante lembrar que a participação de familiares e pessoas que são referências para essas crianças fazem toda a diferença durante o tratamento. O analista do comportamento e terapeuta estão atentos e disponíveis para orientação da família e escola, com o objetivo de fazer com que os comportamentos aprendidos pela criança se mantenham e novos repertórios possam ser desenvolvidos.
Outros profissionais também podem fazer parte do tratamento do autismo, conheça alguns:
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