Brincar estruturado e sua importância no autismo

No universo do TEA, as crianças apresentam dificuldade para brincar, especialmente com os pares ou em contextos de grupo. Isso pode levar à perda de oportunidades de interação, participação em jogos e outras brincadeiras, resultando, muitas vezes, em isolamento. Sem o suporte adequado, elas podem levar mais tempo para desenvolver habilidades de brincar, o que dificulta ainda mais sua participação em atividades com os colegas. Quando você vê uma criança montando legos, brincando de inventar histórias ou correndo atrás de uma bola, pode parecer apenas um momento de diversão, e é também! Mas, para quem trabalha com Análise do Comportamento Aplicada (ABA), a brincadeira faz parte da intervenção, pois é um momento rico de aprendizado e desenvolvimento de habilidades importantes. Brincar estruturado é muito importante na ABA A verdade é que brincar não é só brincar. É um grande combo de tudo que almejamos: desenvolvimento social, linguagem, atenção, autocontrole e muito mais, servido em uma bandeja cheia de cor, movimento e gargalhadas. Diferente do que chamamos de brincadeira totalmente livre, no brincar estruturado o terapeuta organiza o ambiente, escolhe os brinquedos com um propósito e guia as interações para que a criança aprenda determinadas habilidades, tudo isso sem tirar a leveza e o prazer da brincadeira. E por que o brincar estruturado funciona tão bem? Porque transforma o aprendizado em algo natural, leve e divertido. A criança aprende sem nem perceber que está aprendendo! Quando o ensino ocorre dentro do contexto lúdico da brincadeira, a motivação e o engajamento da criança em determinada atividade podem aumentar, elevando também as chances de progresso na intervenção. No brincar estruturado, o terapeuta define objetivos específicos, como: . Nomear cores e formas . Manter contato visual . Imitar ações simples . Responder a instruções verbais . Ampliar o repertório de brincadeiras simbólicas É nesse espaço do faz de conta que surgem oportunidades preciosas para desenvolver habilidades sociais, de linguagem, imitação, resolução de problemas, além de compartilhar brinquedos, esperar a vez… Tudo pode ser ensinado enquanto a diversão acontece naturalmente. Mas algumas coisas são essenciais: Para crianças com TEA, vale levar em consideração que realizar uma atividade de cada vez, dar instruções simples e claras e usar dicas, sejam elas verbais ou visuais, por exemplo, aumentam a probabilidade de sucesso na aprendizagem, facilitando a compreensão e a participação da criança. Além disso, essas estratégias ajudam a reduzir a ansiedade e promovem um ambiente mais acolhedor e previsível, essencial para o desenvolvimento efetivo das habilidade. No final das contas, brincar é coisa séria! É um caminho para alcançar metas importantes e um lembrete de que a terapia pode (e deve!) ser divertida e principalmente, cheia de descobertas. Vamos brincar? – Referências: COSTA, C. S. S.; SOUZA, J. V. B. A importância do brincar no desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). WebArtigos, 2023. Disponível em: https://www.webartigos.com/storage/app/uploads/public/649/b3c/d12/649b3cd129f33384642748.pdf. AZEVEDO, S. D. et al. Intervenções baseadas em brincadeiras para crianças autistas. ResearchGate, 2023. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/377724558_Intervencoes_baseadas_em_brincadeiras_para_criancas_autistas.
Hiperfoco ou comportamento restrito? Entenda como a ABA pode ajudar

Você já ouviu falar em crianças que passam horas falando sobre dinossauros, trens ou personagens específicos, com uma atenção quase inabalável? Esse tipo de interesse intenso pode levantar dúvidas: estamos diante de um hiperfoco ou de um comportamento restrito? Embora os dois termos sejam parecidos à primeira vista, eles têm implicações diferentes, principalmente no contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Neste artigo, vamos explorar o que caracteriza cada um desses comportamentos, como diferenciá-los na prática e, principalmente, de que forma a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) pode oferecer suporte para que esses interesses sejam trabalhados de maneira funcional, respeitosa e construtiva no desenvolvimento da criança. Diferença entre Hiperfoco e Comportamento Restrito O hiperfoco pode ser definido como uma intensa concentração em um assunto ou tarefa específica, muitas vezes a ponto de a criança demonstrar grande entusiasmo, foco e resistência a interrupções. Esse comportamento é comum em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas também pode aparecer em outros contextos. Por outro lado, os comportamentos restritos e repetitivos abrangem um conjunto mais amplo de ações e interesses rígidos, como, por exemplo, as rotinas fixas, que podem reduzir a flexibilidade da criança em suas interações sociais, brincadeiras e aprendizagens. Embora os dois comportamentos possam parecer semelhantes à primeira vista, eles têm origens, funções e impactos diferentes no desenvolvimento infantil. Como a ABA entra em cena? A proposta da ABA não é eliminar os interesses da criança, mas utilizá-los como ferramenta para ensinar, ampliar repertórios e aumentar a flexibilidade. Veja como isso funciona na prática: 1. Usar o interesse como motivação Se a criança ama trens, por que não usar um trem como reforço em atividades de linguagem, atenção conjunta ou socialização? . A aprendizagem se torna mais divertida, eficaz e significativa. 2. Ampliar o repertório aos poucos Se o interesse é exclusivo por um carro vermelho, o terapeuta pode, aos poucos, apresentar o azul, o caminhão, o ônibus e outros brinquedos para aumentar o repertório. . Assim, a criança pode aprender novos estímulos sem experienciar frustrações ou rupturas. 3.Ensinar a variar contextos Ama mapas? Ótimo! Vamos mostrar que eles também aparecem em livros, jogos, vídeos e até atividades ao ar livre. . Isso ajuda a generalizar o interesse e a não limitar o conteúdo a um só ambiente. A ABA é uma ciência que tem como o objetivo o ensino de habilidades socialmente relevantes e, aplicada com respeito à individualidade de cada estudante, é uma grande aliada na jornada do desenvolvimento. – Referências: TITTON, D.; HACKER, M. et al. A case for special interests: can we rethink interests in autism as functional, beneficial, and purposeful? Psychological Research. 2019. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00426-019-01245-8 NASCIMENTO, Thais Almeida do; PROMMERSCHENKEL, Valquíria Brommenschenkel; SANTOS, Maria Betânia Cavalcante Silva. Hiperfoco como caminho para o aprendizado e inclusão de alunos com autismo. Revista Semap, Vitória, v. 11, n. 1, p. [1–14]*, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/semap/article/view/42478. SILVA, Antonio Luiz da. Comportamento estereotipado no Transtorno do Espectro Autista: alguns comentários a partir da prática avaliativa. Revista Psicologia em Pesquisa, Juiz de Fora, 2020.
Minha criança foi encaminhada para a Terapia ABA… e agora?

O encaminhamento para Terapia ABA pode gerar dúvidas e ansiedade nos pais e responsáveis. É natural! Por isso, é importante compreender o que é a ABA e como ela pode trazer benefícios e qualidade de vida para muitas crianças autistas. A Análise do Comportamento Aplicada, do inglês Applied Behavior Analysis (ABA), é uma ciência na qual táticas derivadas de princípios comportamentais são aplicadas para ensinar ou melhorar comportamentos socialmente relevantes. Há décadas, analistas do comportamento têm produzido pesquisas que comprovam sua eficiência na intervenção com pessoas autistas. Esses estudos forneceram uma base científica sólida, garantindo que as práticas em ABA sejam confiáveis e validadas, e tragam os melhores resultados. Portanto, os analistas do comportamento fundamentam suas decisões nas evidências científicas que comprovam a eficácia das intervenções a serem utilizadas, além de discutir com os envolvidos no processo as razões por trás dessas escolhas As intervenções baseadas em ABA são personalizadas, baseadas na função do comportamento e em evidências, com avaliação contínua dos dados e resultados. A ABA é caracterizada por uma coleta de dados sistemática. O acompanhamento dessas informações serve para analisar o progresso individual da criança e auxiliar na tomada de decisões em relação aos programas de intervenção e as possíveis estratégias que melhor promovem a aquisição de habilidades necessárias. Quando é feito o encaminhamento para a Terapia ABA, é natural que venham muitas dúvidas e preocupações. Mas saiba que essa é uma etapa positiva para o desenvolvimento da sua criança! A ABA é uma abordagem baseada em evidências científicas, focada em ajudar a criança a desenvolver habilidades importantes e a lidar com desafios específicos de forma personalizada. O primeiro passo na ABA é a avaliação detalhada do repertório da criança, feita por um profissional qualificado, a fim de identificar o que ela já sabe e quais são as suas necessidades e particularidades. Em seguida, um plano de intervenção é criado, com objetivos claros e metas alcançáveis. Lembre-se: a participação da família é essencial! Estar junto nesse processo, entender as estratégias e acompanhar as conquistas é fundamental para o sucesso da intervenção. Pode ser um caminho longo, mas, com paciência e apoio, cada progresso se torna uma vitória. Ser encaminhado para a Terapia ABA é o primeiro passo de uma jornada transformadora para sua criança e para você. Referência: SOUSA, Deborah Luiza Dias de et al . Análise do comportamento aplicada: a percepção de pais e profissionais acerca do tratamento em crianças com espectro autista. Contextos Clínic, São Leopoldo. 2020 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822020000100007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 22 nov. 2024. SELLA, A. C.; RIBEIRO, D. M. Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista. Curitiba: Appris, 2018.
A importância de planejar e monitorar treinos na Terapia ABA

A intervenção baseada em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) ao Transtorno do Espectro Autista envolve um planejamento de ensino personalizado e intensivo, que visa desenvolver habilidades importantes e significativas para vida de cada pessoa. Essas habilidades podem ser básicas, envolvendo comportamentos iniciais que são requisitos para comportamentos mais complexos como, por exemplo, atenção e imitação; de cuidados pessoais, como rotinas de higiene; sociais como iniciar e manter uma conversa ou compreender regras sociais; acadêmicas com a leitura e escrita; dentre outras. Para que a ABA seja efetiva e eficaz, é necessário, inicialmente, avaliar o repertório comportamental do estudante, a fim de haja a elaboração de um plano de ensino e, consequentemente, a descrição de como serão as sessões. Planejar e monitorar os comportamentos alvos a serem ensinados, a partir dos treinos, é algo que demanda tempo e cuidado. O planejamento dos treinos e monitoramento dos dados por meio dos gráficos de desempenho são de fundamental importância para garantir o avanço contínuo do estudante. O planejamento permite que os profissionais definam metas claras e específicas, levando em consideração as necessidades e capacidades individuais de cada pessoa. Isso possibilita um aprendizado estruturado e progressivo, em que cada nova habilidade é ensinada de forma gradual. Ao acompanhar de perto os resultados dos treinos, os supervisores e terapeutas podem identificar quais técnicas estão sendo eficazes e quais precisam ser adaptadas, garantindo que a intervenção esteja sempre alinhada aos objetivos de desenvolvimento. Além disso, o monitoramento constante permite corrigir possíveis falhas no processo, tornando o aprendizado mais assertivo e direcionado. Como o bHave pode ajudar? Ter uma ferramenta que oferece essa solução completa para terapeutas e equipes multidisciplinares, facilitando o acompanhamento individualizado dos estudantes, traz um novo olhar para a intervenção baseada em ABA — um olhar preciso e tecnológico, que visa impactar a prática de analistas do comportamento e potencializar o atendimento de pessoas autistas. A elaboração de treinos detalhados, a personalização de cada etapa do treino de acordo com as necessidades dos estudantes e a realização de ajustes necessários são feitos com mais rapidez e eficiência a partir do software. Com os resultados obtidos após um atendimento, visualizados por meio de gráficos, os terapeutas podem identificar rapidamente os avanços e treinos que demandam mudanças. O bHave é uma ferramenta completa para que os terapeutas ABA possam planejar intervenções personalizadas, monitorar todo o progresso da estudante e ajustar as estratégias de ensino da melhor maneira, com base em dados claros e fidedignos. Os dados são registrados e armazenados de forma segura e podem ser consultados por toda a equipe. Com o bHave, profissionais que atuam com ABA têm nas mãos uma plataforma que simplifica os processos, potencializa os atendimentos e os aproxima de cada estudante. A tecnologia para coleta de dados e visualização de resultados em ABA já é uma realidade. – Referências: MATOS, Daniel Carvalho de (Org.). Análise do comportamento aplicada ao desenvolvimento atípico com ênfase em autismo. São Luís: UNICEUMA, 2016. Disponível em: https://crpma.org.br/wp-content/uploads/2022/05/Analise-do-Comportamento-Aplicada-ao-Autismo.pdf. Acesso em: 21 out. 2024. bHave. O que fazemos. Disponível em: https://bhave.life/o-que-fazemos/. Acesso em: 21 out. 2024. bHave. Como otimizar a terapia ABA usando serviço de software. Disponível em: https://bhave.life/como-otimizar-a-terapia-aba-usando-servico-de-software/. Acesso em: 21 out. 2024.
O uso de Histórias Sociais para o aprendizado das Crianças autistas

Todos nós sabemos que histórias para crianças, contadas a partir de imagens, gestos, expressões e sons fazem tudo se tornar ainda mais cativante e divertido. Além de tornar a história mais acessível, a interação com os personagens e enredos facilitam a compreensão, auxiliando no desenvolvimento da comunicação. Para crianças com TEA, a contação de histórias também é um recurso importante para o ensino de habilidades. E na Terapia ABA são muito utilizadas as “Histórias Sociais” (HS). Você já ouviu falar? Histórias sociais tem como objetivo descrever situações de difícil compreensão para crianças autistas, onde elas não conseguem identificar os sinais sociais ou comportamentos esperados, assim como as consequências de se comportar de uma determinada forma. As HS ajudam as crianças autistas a compreenderem diversas situações do dia a dia e ensinam habilidades sociais específicas, sendo muitas vezes uma alternativa aos problemas de comportamento. As histórias sociais para crianças autistas podem ser usadas, dentre outras finalidades, para: .Orientar a criança sobre como ela deverá se comportar em determinadas situações; .Descrever situações nas quais ela possa ter dificuldades em identificar os sinais sociais relevantes ou os comportamentos esperados;Ajudar a criança a lidar melhor com as mudanças na rotina e com possíveis imprevistos; .Desenvolver habilidades diversas (por exemplo, hábitos de higiene ou melhor comportamento na escola). Através das histórias sociais, as crianças com TEA podem compreender com mais facilidade situações e contextos desconhecidos desde que explicados e apresentados de maneira literal, possibilitando que essas informações sejam adaptadas de acordo com as necessidades de cada um. As HS devem fornecer informações sobre o que as pessoas, em uma determinada situação, estão fazendo, pensando ou sentindo; a sequência dos eventos; a identificação de pistas sociais significativas e seu significado e o roteiro do que fazer ou dizer. Elas necessitam de um mediador, sejam pais, professores ou profissionais especializados, responsáveis pela decodificação da situação social em que a criança está engajada, facilitando a interpretação e ação. As histórias sociais geralmente são histórias curtas e individualizadas. Através das histórias, as crianças, além de aprender, são encorajadas a imaginar e criar, estimulando suas habilidades cognitivas e emocionais. Incorporar a ludicidade na contação de histórias é abrir um mundo de possibilidades e descobertas para essas crianças, permitindo que cada página vire uma aventura cheia de aprendizados, diversão e desenvolvimento! Referências: ALMEIDA, Fernanda Almodovar da Silva; SOUZA, Daniele Cristina Corrêa de; SILVA, Maria Aparecida Ferreira da. Histórias Sociais™: um recurso para intervenções no Transtorno do Espectro Autista. Revista Brasileira de Educação Especial, vol. 29, n. 2, p. 219-240, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbee/a/xJbTxLYxdpkR7wbdtxM8spr/. Acesso em: 2 set. 2024. FRANCO, Karine Machado de Siqueira; LORIGAN, Francisca Janyenne da Silva; PETRUS, Rogério Rubens; VITORINO, Eliane Silva. Uso de estratégias adaptativas no ensino de Matemática para autistas. Psicologia Escolar e Educacional, vol. 27, n. 0, e237360, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/Xk54pKzCmPVFPxpG68zsV7q/. Acesso em: 2 set. 2024.
Abril Azul: Dicas para lidar com a hipersensibilidade tátil

A sensibilidade tátil é diferente para uma pessoa atípica. Para algumas pessoas é como estar constantemente numa batalha contra estímulos, os quais podem desencadear uma avalanche de desconforto e ansiedade. O Abril Azul, o mês de conscientização do autismo, é um momento importante para entendermos melhor essas experiências e oferecermos apoio significativo! De acordo com Antunes e Vicentini (2005), a boa adaptação de um organismo ao seu meio requer aquisição e processamento de muitas informações. O tato é considerado um sentido predominante durante a evolução humana. Muitos reflexos são desencadeados por via tátil e/ou propriocepção, isto é, o sistema tátil fornece informações sobre aquilo que está em contato com a pele, a temperatura, a textura, o formato e o deslocamento de objetos. Por isso, a exploração ativa do ambiente é componente essencial do desenvolvimento infantil, pois o estado de alerta do sistema nervoso central é influenciado pelo sistema tátil e proprioceptivo. As informações que recebemos dos músculos, ligamentos e articulações, nos informa sobre a posição das partes de nosso corpo no espaço, a força e a direção do movimento. Essa sensibilidade pode se manifestar de várias maneiras, desde a aversão ao toque leve até a dificuldade em tolerar certos tecidos ou texturas. Por isso, é fundamental adotar algumas estratégias: Ambientes inclusivos: Converse com familiares, educadores e toda a comunidade próxima sobre as necessidades específicas da pessoa que está dentro do espectro autista. Terapias específicas: A Terapia Ocupacional ajuda a desenvolver habilidades para lidar com estímulos sensoriais, promovendo maior qualidade de vida e autorregulação. A Terapia ABA que vai auxiliar trabalhando para tornar o ambiente menos aversivo, com dessensibilização, por exemplo. Atividades simples como: . Caixas sensoriais; . Pinturas com os dedos; . Brincadeiras com massinha e areia. A sensibilidade tátil pode ser um desafio significativo para muitas pessoas no espectro autista, mas com o apoio adequado e estratégias específicas, é possível minimizar seu impacto negativo na vida diária! Neste Abril Azul, vamos nos unir para promover a compreensão e o apoio às necessidades únicas das pessoas autistas, garantindo que todos tenham a oportunidade de viver uma vida plena e inclusiva. – Referências: Portal Autismo em Dia. Autismo e sensibilidade sensorial: o que pode ajudar? Disponível em: https://www.autismoemdia.com.br/blog/autismo-e-sensibilidade-sensorial-o-que-pode-ajudar/. Portal Autistólogos. Atividades sensoriais. Disponível em: https://www.autistologos.com/copia-sensorial. SILVA, C. A. da; OLIVEIRA, M. R. de; SOUZA, L. F. de. Desenvolvendo a sensibilidade sensorial tátil plantar em portadores de autismo infantil através do “tapete sensorial”: estudo de três casos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, v. 15, n. 1, p. 49–56, 2007. Disponível em: https://www.cadernosdeto.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/177/134.
Habilidades adaptativas: Vamos conversar sobre elas?

Você já parou para pensar sobre o quão importantes são as habilidades adaptativas em nossa vida cotidiana? Seja no ambiente de trabalho, durante os estudos, em situações inesperadas ou, de maneira ainda mais significativa, para pessoas autistas, essa habilidade revela-se uma ferramenta poderosa. O que são habilidades adaptativas? As habilidades adaptativas referem-se à nossa capacidade de ajustar e responder positivamente às demandas e desafios que enfrentamos diariamente. O comportamento adaptativo é um conjunto de habilidades conceituais, sociais e práticas desenvolvidas pelo sujeito para funcionar frente às demandas da vida diária, de modo a responder às situações particulares do seu ambiente físico e social. Várias competências estão implicadas no conceito de habilidades adaptativas: a) Habilidades Conceituais – linguagem receptiva e expressiva, letramento e escrita, numeramento, conceitos de dinheiro e tempo, comportamento autônomo e independente, dentre outros. b) Habilidades sociais – responsabilidade social, prudência (cautela), autoestima consistente, capacidade de solucionar problemas, etc. c) Habilidades Práticas – autocuidado como, por exemplo, preparar alimento, alimentar-se, deslocar-se, higienizar-se e vestir-se. Além de cuidados com a saúde, cumprimento de rotinas, uso de equipamentos e recursos como telefones, dentre outros. Para pessoas que estão dentro do espectro autista, as habilidades adaptativas desempenham um papel ainda mais significativo. Geralmente as pessoas autistas possuem dificuldades em planejar, organizar e enfrentar as mudanças. Na vida adulta, podem ter dificuldades de estabelecer sua independência devido à rigidez e às dificuldades com relação à algo novo. Como a Terapia ABA pode ajudar? É fundamental considerar e apoiar o desenvolvimento dessas habilidades em pessoas autistas, promovendo um ambiente inclusivo que valoriza as diferentes formas de aprendizagem e interação social. Na Terapia ABA, a avaliação tem o objetivo de identificar aptidões e competências, bem como áreas nas quais a pessoa autista possui déficit/dificuldade. Neste contexto, o profissional avalia também o nível de motivação e prontidão para a realização de cada tarefa. Depois de realizada a avaliação, é elaborado um Plano de Ensino Individualizado com objetivos a curto, médio e longo prazo bem definidos. As habilidades a serem ensinadas e as estratégias para tal também devem estar apresentadas no relatório. O analista do comportamento e terapeutas implementam as estratégias de ensino durante as sessões de terapia, coletam dados e avaliam os resultados constantemente para acompanhar o desenvolvimento. Referências: As habilidades adaptativas e o autismo. Canal Autismo, 20 set. 2021. Disponível em: https://www.canalautismo.com.br/artigos/habilidades-adaptivas-autismo/. DÉO, Adriana Fortes; PEREIRA, Jeanete Aparecida Ferri. A triangulação entre deficiência intelectual, funcionalidade humana e apoios. Revista DICA, Agudos, n. 4. https://www.revistafaag.com.br/revistas_antiga/upload/4_87-266-1-PB.pdf
Autismo e a importância dos objetos reguladores.

A relação das pessoas autistas com os objetos é algo que vem sendo amplamente estudado. Pesquisas já afirmam que a criança autista não apenas brinca com os objetos, mas usa-os para lidar com os sentimentos, servindo de ferramenta de auto regulação emocional. O que são objetos reguladores? Também conhecidos como objetos de conforto, são itens que desempenham um papel crucial na vida de muitas pessoas autistas. Esses objetos podem variar desde um brinquedo específico até objetos que proporcionem conforto e segurança ao indivíduo. A função dos objetos reguladores: Regulação Sensorial Algumas pessoas autistas frequentemente têm hipersensibilidade ou hipossensibilidade sensorial. Isso significa que podem ser excessivamente sensíveis a estímulos sensoriais, como luzes, sons, texturas e odores. Os objetos reguladores podem ajudar a modular essas sensações, oferecendo uma fonte de estímulo sensorial previsível e reconfortante. Um brinquedo macio ou uma bola de esponja, por exemplo, pode fornecer uma sensação tátil agradável e familiar, ajudando a pessoa a se acalmar e se concentrar. Redução da ansiedade Mudanças na rotina, ambientes desconhecidos ou situações sociais podem desencadear ansiedade significativa. Os objetos reguladores podem atuar como um suporte emocional, proporcionando conforto e previsibilidade. Quando uma pessoa autista está ansiosa, seu objeto regulador pode servir como um “porto seguro”, permitindo que ela se acalme e se concentre. Esse apoio emocional é inestimável para ajudar a pessoa a enfrentar situações desafiadoras. Facilitação da comunicação A comunicação pode ser um dos maiores desafios para pessoas autistas. Algumas usam os objetos reguladores como uma forma de se expressar ou se comunicar. Por exemplo, um objeto pode ser usado para indicar que estão felizes, tristes, ansiosos ou com fome. Além disso, objetos reguladores podem ser usados como ferramentas de comunicação alternativa e aumentativa (CAA). Isso significa que esses objetos podem ajudar na comunicação não vocal, tornando mais fácil para a pessoa expressar suas necessidades e desejos. É fundamental lembrar que cada indivíduo é único, e o que funciona como objeto regulador para um pode não ser o mesmo para outro. Portanto, é importante observar e entender as preferências e necessidades de cada pessoa autista. Como o bHave pode ajudar? Gostou do conteúdo? Compartilhe com outros profissionais! – Referências: American Psychological Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing. National Institute of Mental Health. (2017). Autism Spectrum Disorder. https://www.nimh.nih.gov/health/topics/autism-spectrum-disorders-asd/index.shtml
A Análise do Comportamento no Brasil

foto: reprodução/internet A história da análise do comportamento no Brasil é fascinante, marcada por pioneirismo e influências internacionais. Você sabia? Essa jornada teve início nos anos 60, com a chegada de Fred S. Keller à Universidade de São Paulo (USP). Nesta instituição, Keller ensinou no primeiro curso de análise do comportamento da América Latina, na disciplina de Psicologia Experimental, e teve como objetivo dar aos problemas da psicologia moderna um tratamento experimental do ponto de vista da teoria do reforçamento. Carolina Bori e Rodolpho Azzi eram professores assistentes de Keller e os seus primeiros alunos foram Maria Amélia Matos, Dora Fix Ventura, Mário Guidi, Margarida Windholz, Vera Konigsberger, Maria Inês Rocha e Silva, dentre outros grandes nomes da área. Posteriormente, Keller, John Gilmour Sherman, Carolina Bori e Rodolpho Azzi, a convite da Universidade de Brasília (UnB), planejaram e implementaram o curso de psicologia nesta mesma instituição. A introdução da análise do comportamento no Brasil impactou a psicologia em diversos aspectos. A psicologia foi reconhecida como profissão, houve a criação do Conselho de Psicologia e da Sociedade Brasileira de Psicologia, laboratórios de pesquisa foram fundados e a formação do psicólogo, com a militância desses pioneiros, passou de puramente profissional para científica. Atualmente, de acordo com Hanna e Todorov (2010), o Brasil é o maior centro de análise do comportamento depois dos Estados Unidos, com pesquisadores brasileiros contribuindo para jornais nacionais e internacionais de grande renome. Fred Keller e a análise do comportamento no Brasil O livro “Princípios de Psicologia”, escrito por Fred S. Keller e William N. Schoenfeld, foi um marco crucial na história da análise do comportamento no Brasil. Essa obra, que precedeu “Ciência e Comportamento Humano” de Skinner, desempenhou um papel vital na introdução do behaviorismo no país. A importância desses livros é destacada por Hanna e Todorov (2010), evidenciando o papel central de Keller. Mas a análise do comportamento no Brasil também teve influência de uma grande mulher e professora: Carolina Bori. foto: internet Carolina Bori foi uma psicóloga e pesquisadora na área da psicologia experimental. Lecionou na Universidade de São Paulo, o maior centro de formação em análise do comportamento, sendo uma das primeiras psicólogas a fazer trabalhos de campo. A formação básica do psicólogo brasileiro sofreu grande influência da atuação de Carolina Bori. Ela foi a principal responsável pela criação e disseminação de laboratórios de ensino em psicologia experimental no país. Graças aos seus esforços, todos os cursos de graduação em psicologia de grandes centros de formação passaram a incluir em seus currículos e mantêm, até hoje, o conteúdo de psicologia como ciência natural. Mas não para por aí: ao longo da história outros importantes pesquisadores e pensadores surgiram na história da análise do comportamento no Brasil como, por exemplo, João Claudio Todorov, Rachel Kerbauy, Almir Dell Prete, Hélio José Guilhardi e tantos outros. A participação de analistas do comportamento do país foram de fundamental relevância em várias esferas da psicologia, como ciência e profissão. A atual Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), criada em 1970 como Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto (SPRP), teve suas primeiras reuniões organizadas por presidentes científicos que eram analistas do comportamento como João Claudio Todorov e Ricardo Gorayeb. Um dado importante: dos 18 presidentes que a SBP teve até hoje, 50% são analistas do comportamento! Quais as perspectivas para o futuro? O legado de Fred S. Keller e seus contemporâneos fornece uma base sólida para o futuro da análise do comportamento no Brasil. O impacto do trabalho realizado pelos analistas do comportamento pioneiros aqui citados, assim como aqueles que os seguiram, reflete a posição importante que o Brasil ocupa hoje no cenário internacional da análise do comportamento. Com uma base bem estabelecida de conhecimento e pesquisas, o futuro dessa ciência promete contribuições contínuas para a compreensão do comportamento humano em todo o mundo. Referência bibliográfica: HANNA, Elenice S.; TODOROV, João Claudio. Análise do Comportamento no Brasil. Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) – Universidade de Brasília. Psicologia: Teoria e Pesquisa 2010, Vol. 26 n. especial, pp. 143-153.
Medindo o progresso e conquistas na Terapia ABA

A Terapia ABA é uma intervenção comportamental baseada em evidências que tem sido eficaz no tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo dessa terapia é promover a aprendizagem de comportamentos relevantes e funcionais, de modo a melhorar a qualidade de vida de cada indivíduo e de seus famílias. Para que a Terapia ABA seja efetiva, faz-se necessário o planejamento individualizado da intervenção e o acompanhamento sistemático do progresso do estudante, através dos dados coletados durante os atendimentos. Isso permite que analistas do comportamentos e terapeutas avaliem a eficácia de cada procedimento de ensino e faça os ajustes necessários para garantir que o atendido alcance os seus objetivos. A medição do progresso e das conquistas na Terapia ABA é importante por vários motivos: .Para avaliar a eficácia da intervenção: a medição permite que os profissionais avaliem se o tratamento está sendo eficaz e se está atingindo os objetivos esperados. .Para fazer ajustes: a medição pode ajudar os profissionais a identificar áreas em que as crianças precisam de mais apoio e a fazer os ajustes necessários para garantir que alcancem seus objetivos. .Para aumentar a motivação: mostrar as conquistas alcançadas pelos estudantes em seu processo terapêutico pode auxiliar em seu engajamento e progresso. Como medir o progresso e as conquistas: A Terapia ABA tem como base a observação direta do comportamento alvo, o registro das oportunidades de ensino e a elaboração de gráficos. São características como essas, elaboração e análise de gráficos de cada comportamento, que asseguram o monitoramento e a avaliação da intervenção. Os gráficos demonstram de forma objetiva o progresso em diferentes áreas. bHave: uma plataforma que facilita o acompanhamento e desenvolvimento de pessoas autistas. O bHave é uma plataforma digital voltada para profissionais que atuam com Análise do Comportamento Aplicada e acompanham o desenvolvimento de pessoas dentro do espectro autista. Ele oferece uma variedade de recursos para acompanhar o progresso e as conquistas de cada estudante, incluindo: – Gráficos de desempenho: após a coleta de dados durante o atendimento, o gráfico de cada programa de ensino está disponível para análise. – Dashboard: gráficos com dados de atendimentos e respostas de cada estudante. – Registro das observações: as anotações feitas pelo terapeuta ao longo de uma sessão ficam disponíveis para toda equipe. – Relatórios personalizados: o bHave gera relatórios personalizados e editáveis que resumem o progresso de cada estudante. Quer saber mais? Agende uma demonstração gratuita com a nossa equipe e saiba como o bHave pode facilitar o seu dia a dia.