É comum associar as dificuldades de sono em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) à própria agitação do TEA. No entanto, a insônia pode ter diversas origens, e que nem sempre estão diretamente relacionadas ao diagnóstico.

A verdade é que o sono no TEA é um desafio muito mais comum do que imaginamos, mas o que não te explicaram é que ele pode ser multifatorial. 

Pesquisas recentes, como as publicadas na Pediatric Clinics e na Molecular Autism, apontam que entre 40% e 80% das pessoas com TEA apresentam algum tipo de distúrbio do sono, como insônia, apneia ou distúrbios no ciclo sono-vigília. 

Esses dados reforçam que a insônia é, de fato, uma preocupação significativa entre indivíduos com TEA. No entanto, é importante destacar que ela não deve ser entendida apenas como uma consequência direta da agitação associada ao transtorno.

As causas da insônia podem ser variadas e incluem:

Uma noite mal dormida não afeta apenas o humor. O sono está diretamente ligado à atenção, memória, linguagem e autorregulação emocional. A insônia recorrente podem apresentar: 

Por isso, a observação e o registro da rotina de sono de pessoas com TEA, por parte de familiares e profissionais, podem ser fundamentais. O ato de registrar informações de forma sistemática faz a diferença quando há alterações no sono e anotar apenas “dormiu mal” ou “esteve agitado” não é suficiente. O ideal é coletar dados sobre:

Esses registros permitem identificar padrões e diferenciar causas médicas, ambientais ou comportamentais, além de criar uma base confiável para o diálogo entre família e equipe multidisciplinar.

Ter uma ferramenta como a bHave torna esse processo mais ágil e organizado. Ao registrar diariamente informações relevantes sobre sono, comportamento e rotina, os profissionais têm dados mais claros para avaliar e planejar intervenções, a família participa ativamente do processo e a equipe multidisciplinar trabalha de forma integrada.

Dessa forma, a análise não fica restrita a percepções pontuais, mas se apoia em dados consistentes, possibilitando intervenções mais assertivas e personalizadas.

Quando falamos de insônia em pessoas com TEA, é preciso ter cuidado para não cair em explicações simplistas. Nem sempre a dificuldade de dormir é apenas “agitação do espectro”. Ao contrário, pode ser sinal de outros fatores que precisam de atenção.

A chave para diferenciar cada situação está no suporte profissional correto, na observação direta e nos registros contínuos, que dão clareza ao processo e fortalecem o planejamento de intervenções. Com o bHave, a coleta e visualização dos dados se torna mais prática e eficiente, auxiliando na tomada de decisão dos profissionais e garantindo, assim, que cada pessoa com TEA receba o cuidado e a estratégia que realmente precisa.

Referências: 

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DO SONO. Problemas de sono no autismo. Disponível em: https://www.apsono.com/pt/24-noticias/noticias-do-sono/511-problemas-de-sono-no-autismo

FERREIRA, Vanessa Ruotolo. Escala de distúrbios do sono em crianças com Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/bitstreams/697a83bd-31ac-4bca-a86f-3c709213acfb/download

MALOW, Beth A. et al. Sleep in children with autism spectrum disorder. Pediatric Clinics of North America, v. 61, n. 3, p. 385-398, 2014. DOI: 10.1016/j.pcl.2014.02.003.

MAPPA, Fernanda. Autismo e distúrbios do sono. Disponível em: https://fernandamappa.com.br/?119%2Fartigo%2Fautismo-e-o-disturbio-do-sono

MOLINA, Maria Teresa et al. Distúrbios do sono no transtorno do espectro autista: uma revisão para a prática médica. Revista Brasileira de Terapias Cognitivo-Comportamentais, v. 23, n. 1, p. 45-56, 2024. DOI: 10.5935/1678-317X.20240008.

SILVA, João Pedro da et al. Distúrbios do sono em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Terapias Cognitivo-Comportamentais, v. 23, n. 1, p. 67-78, 2024. DOI: 10.5935/1678-317X.20240009.