Autismo e terapia com animais: saiba como o uso de pets pode ser um aliado à Terapia ABA

Definido como um transtorno do neurodesenvolvimento, o autismo, na maioria dos casos, pode se manifestar antes mesmo dos três anos de idade, comprometendo o desempenho cognitivo e interacional da criança. Podendo ser identificado através da dificuldade na interação social, na comunicação e sobretudo, no comportamento do indivíduo que, muitas vezes, passa a ser restrito e repetitivo. Sabe-se que a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é cientificamente comprovada nos casos de autismo, tendo como objetivo ensinar e aprimorar comportamentos socialmente relevantes. Mas pais e responsáveis também recorrem a outros tipos de intervenção para estimular ainda mais as crianças, como é o caso da já mencionada musicoterapia. Recentemente, pesquisas comprovaram que para além desses meios, a inserção de animais na família e escola – instituições indispensáveis no acompanhamento de pessoas autistas – pode ser muito útil na socialização. Na virada do século, pesquisadores que residem no Canadá e Estados Unidos, perceberam que a maior parte dos familiares e amigos de indivíduos dentro do TEA, declararam que o contato com os animais é benéfico. A princípio utilizados como animais de assistência, os cães – maioria, entre as famílias entrevistadas – sob o codinome “de serviço” cumpriam o papel de acompanhar crianças e adolescentes com demandas especiais, dentre essas o TEA, em lugares públicos e escolas. Pais destacavam a sensação de segurança, independência em lugares públicos e melhorias no comportamento da criança, bem como redução da ansiedade e adaptação à mudança. Os cães eram submetidos às ordens de um adulto, podendo ser os responsáveis legais ou instrutores da escola. Em 2008, Burrows, ao acompanhar cerca de 10 famílias de autistas, percebeu que em 6 meses de um período de 1 ano, as crianças em contato com animais domésticos tendiam a apresentar redução de estresse e ansiedade, aumento da segurança e facilidade na inclusão social. A partir disso, os animais passaram a ser parte integrante nos ciclos familiar e educacional da criança e/ou adolescente diagnosticado com TEA. Mas, afinal, quais os benefícios da terapia com animais? Dentre os avanços percebidos na relação autista-animal, tanto pesquisadores quanto familiares destacaram: Redução da ansiedade. Melhoria no bem estar, trazendo ganhos físicos e emocionais. Aumento na interação social. Aumento nas habilidades de comunicação. Redução de barreiras comportamentais. Diminuição do estresse. Ademais, notou-se que por ser benéfico para o indivíduo dentro do TEA, o contato com Pets impactou todo núcleo familiar, que passou a incluir outros bichos no dia a dia. Apesar de serem maioria entre as famílias, os cães cederam espaço para gatos, pássaros, porquinhos-da-índia e, acima de tudo, cavalos. De acordo com a veterinária Mireille Sabbagh, além de melhorar a comunicação, o desenvolvimento cognitivo e sensorial de crianças autistas, os cavalos auxiliam na interação. Em entrevista para o portal de notícias G1, a especialista afirmou que o convívio com esses animais: “atua na autoconfiança e torna a criança mais sociável e interativa com o mundo à sua volta. Então melhora bastante a capacidade de comunicação”. Precauções a serem tomadas Por mais terapêutica que seja a companhia de um bicho de estimação, vale lembrar que estamos nos referindo a um indivíduo com alto grau de sensibilidade e tendência à irritabilidade na quebra de rotinas. Portanto, alguns passos são importantes para otimizar a relação da criança com o animal. Pergunte sempre à criança se deseja estabelecer contato com o animal. Em caso de recusa, opte por uma adaptação gradativa. Conscientizar sobre a importância do pet, mas também mostrar a relação de membros da família ou amigos com o animal, podem ser alternativas promissoras. Esteja atento às rotinas de alimentação e higienização do animal, bem como o acompanhamento frequente de um especialista em veterinária. Já que em caso de patologia, pode afetar diretamente o elo físico e emocional da criança. Crie o hábito de caminhar e alimentar o animal em conjunto com a criança, fazendo com que participe de forma ativa nessas atividades. Com o movimento, o condicionamento físico e cardiovascular do autista tende a melhorar. Exercite a autonomia da pessoa autista, possibilitando que escolha o tipo e/ou espécie de pet que deseja ter. Lembre-se que não necessariamente o elo com o animal vai trazer benefícios. Por isso, é importante analisar a demanda de cada caso junto ao neuropediatra e profissionais que compõem a equipe da criança. Dessa forma, o aconselhamento do neuropediatra, educador e, principalmente, a supervisão do terapeuta ABA que monitora a intervenção do autista são indispensáveis.
4 desafios na gestão de equipes ABA

Que gerir uma clínica não é fácil, sabemos. E em uma clínica especializada em Análise de Comportamento Aplicada (ABA), tudo se intensifica. Isso porque a quantidade de profissionais para acompanhar uma criança dentro do espectro autista, é imensa. Supervisores, coordenadores e aplicadores… Ufa, a lista é enorme! E você, administrador da clínica, sabe bem disso. Para além de gerir toda a burocracia da empresa, você acima de todos, cumpre um papel desafiador: administrar equipes. Mas você sabe como superar os desafios dessa gestão, não é!? Não? A gente te responde como! A resposta foi dada por nossa startup. A bHave, unificando a intervenção ABA ao high tech, inseriu no mercado um software para gerenciar casos e equipes. Listamos abaixo 4 desafios que toda equipe ABA enfrenta e como nosso serviço de software pode solucioná-los: DESAFIO: ● Frustração com a quantidade de documentos a digitalizar; ● Gerenciar um grande volume de dados; ● Ter os dados atualizados para supervisão; ● Delegar e supervisionar funções. SOLUÇÃO NO bHave: ● Coleta de dados no App e resultados na Web; ● Armazenamento On Cloud e visualização dos resultados online; ● Conecta a equipe e gera gráficos sincronizados; ● Organização dos membros da equipe de acordo com as suas funções. Se você quer inovar e potencializar as intervenções da sua equipe, entre em contato com nosso consultor e realize um teste AQUI.
Atendimentos presenciais ou intervenções online?

Com a necessidade de retomar gradualmente os atendimentos presenciais, profissionais que atuam com intervenção baseada em Análise do Comportamento Aplicada (ABA – Applied Behavior Analysis) ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) devem se assegurar da urgência do retorno, levando em consideração a demanda de cada caso, bem como dos cuidados básicos para a manutenção de sua segurança e de seus atendidos. Análise do Comportamento Aplicada ao TEA De acordo com Cooper, Heron, & Heward (1989 apud BRAGA-KENYON, KENYON & MIGUEL, 2005) a intervenção em ABA tem como objetivo o ensino de repertórios que são socialmente relevantes para o indivíduo e a redução de comportamentos problema. De uma forma geral, pessoas com autismo apresentam a ausência desses repertórios relevantes, seja nos aspectos sociais, acadêmicos ou de vida diária e excessos comportamentais como, por exemplo, auto e heteroagressão, estereotipia etc (Braga-Kenyon, Kenyon & Miguel, 2005). Tais comportamentos podem dificultar, por assim dizer, a aprendizagem de habilidades importantes. Vale salientar que, por ser um espectro, pessoas com autismo podem apresentar diversas formas e diferentes níveis do transtorno e, por isso, é preciso de avaliação e um plano educacional individualizado. Se tratando de uma intervenção intensiva, as sessões de terapia com base em ABA podem ter uma carga horário semanal elevada, podendo contabilizar de 20 a 40 horas, sendo realizadas por aplicadores que, em sua maioria, atuam no ambiente natural do atendido. Terapia ABA durante a pandemia de COVID-19 Em muitos casos a prestação de serviço em ABA para pessoas com TEA pode ser considerada como um serviço essencial em tempos de COVID-19, quando levada em consideração a gravidade do transtorno. Segundo Canovas, Cruz & Andrade (2019) existem casos em que a suspensão dos atendimentos presenciais podem causar riscos e prejuízos significativos aos atendidos e seus familiares, muitas vezes quando diz respeito ao agravamento dos comportamentos problema, especialmente auto e heteroagressivos, e perda de habilidades básicas aprendidas em terapia. Diante desse contexto, onde os dados do COVID-19 oscilam diariamente e não há vacina disponível para a população, os profissionais que atuam no atendimento à pessoas com TEA e outros transtornos do desenvolvimento se encontram em um dilema: retomar os atendimentos presenciais ou dar continuidade as intervenções por via remota (serviços de saúde à distância). Canovas, Cruz & Andrade (2019) afirmam que autores da Análise do Comportamento, diante de dilemas éticos, levantam a importância de se fazer uma análise de riscos X benefícios, a fim de que o profissional consiga tomar uma decisão ética e assertiva, considerando o bem estar dos atendidos e de seus familiares. Bailey e Burch (2016 apud CANOVAS, CRUZ & ANDRADE, 2019) ressaltam que essa análise abrange a avaliação geral dos fatores de risco para o tratamento; a avaliação dos benefícios da intervenção comportamental; a avaliação de fatores de risco para cada procedimento e, por último, a conciliação de riscos e benefícios com equipe e família. Para Canovas, Cruz & Andrade (2019), faz-se necessário ponderar que, se a intervenção comportamental de forma presencial trouxer mais riscos do que benefícios, os profissionais devem levantar estratégias de manutenção dos serviços à distância e orientações às famílias, utilizando recursos tecnológicos de comunicação. Ferramentas que já eram conhecidas em contexto de supervisão, as vídeo conferências, atualmente se tornam indispensáveis, assim como novos softwares que dão suporte para a coleta e digitalização de dados, como o bHave. Nos casos considerados emergenciais, onde o atendimento presencial é de fundamental importância, precisam ser respeitadas as medidas de distanciamento e o uso de EPIs adequados durante todo o atendimento, além da consultoria de profissionais especialistas na área como, por exemplo, médicos infectologistas (Canovas, Cruz & Andrade, 2019). Salienta-se ainda que os profissionais que atuam com base em ABA devem atentar as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e seguir o código de ética de cada profissão. Medidas de segurança em atendimentos presenciais Para minimizar os riscos de exposição dos atendidos, os aplicadores devem levar o mínimo possível de materiais para os atendimentos, dando preferência ao uso de ítens que já estão no local da terapia. É indicado que folhas de registro e pastas permaneçam nas residências dos atendidos. No entanto, ainda podem ser manuseadas por mais de uma pessoa (terapeutas e familiares), o que requer certa cautela, pois são materiais difíceis de higienizar. Por outro lado, a higienização de equipamentos eletrônicos pode ser feita com frequência, o que diminui os riscos de contaminação. O bHave permite concentrar todos os materiais dos atendidos no celular, fazer registros e visualizar relatórios e gráficos de desempenho ao final da sessão. Sem papel e com o mínimo de cliques, os profissionais levam tecnologia e segurança aos seus atendimentos. Referências CANOVAS, Daniela S.; CRUZ, Maria Tereza M.; ANDRADE, Maria America C. Serviço em ABA para indivíduos com TEA: continuar o serviço presencial em tempos de COVID-19?. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, 2019, vol. 15, no.2, 178-187. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/rebac/article/view/8771/6251 BRAGA-KENYON, Paula; KENYON, Shawn E.; MIGUEL, Caio F. Análise Comportamental Aplicada (ABA1) – Um Modelo para a Educação Especial. In: Camargos Jr., Walter et al. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento: 3o . Milênio. 2 ed. Brasília: CORDE, 2005.