Vacinas não causam autismo

Um dos problemas que enfrentamos atualmente é a criação e disseminação das “Fake News”, notícias falsas que possuem o objetivo de confundir a população e criar algum estado de pânico; raiva, revolta ou algum outro sentimento, na maioria das vezes negativo.

Esse tipo de notícia falsa pode ser criada de forma direta ou indireta e mesmo sem a intenção de causar nenhum dos sentimentos negativos que falamos anteriormente; o responsável por criar esse tipo de notícia pode responder judicialmente por isso.

Antes mesmo do termo “Fake News” começar a se tornar uma expressão de conhecimento do grande público; já se espalhavam notícias falsas. É sobre uma delas que vamos falar agora.

Entenda o caso

Em 26 de fevereiro de 1998, o médico britânico Andrew Wakefield publicou na prestigiada revista “The Lancet” um estudo no qual ele afirmava que quando a vacina tríplice (ou MMR, essa vacina previne sarampo, rubéola e caxumba); era aplicada em crianças elas causavam autismo. Além disso, as crianças que foram analisadas na pesquisa sofriam com uma grave inflamação intestinal além de manter no corpo das crianças o vírus do sarampo.

Na pesquisa de Wakefield, ele dizia que a vacina tríplice continha o vírus do sarampo em sua composição, por isso as crianças sofriam com as inflamações intestinais; elas acarretariam em uma inflamação no cérebro e acabaria causando o autismo. Apesar dele e de sua equipe reconhecerem que essa ligação entre a vacina e esses “danos colaterais” poderia ser apenas um “vínculo casual”; os efeitos da pesquisa foram pesados, já que foi registrado uma diminuição enorme no número de vacinas MMR aplicadas no Reino Unido e no mundo.

Os problemas da pesquisa

Antes mesmo de que se descobrisse a farsa da pesquisa de Wakefield, já era possível perceber algumas falhas durante a construção da pesquisa. Por exemplo, o corpus analisado na pesquisa foi de apenas 12 crianças. Isso mesmo, apenas doze. Uma quantidade muito pequena, se pensarmos que se tratava de um tema tão complexo. Quando o histórico das crianças começou a ser analisado; se constatou que três das doze crianças nem eram autistas e que cinco delas já tinham o gene do autismo antes mesmo de receberem a vacina.

Outros problemas foram encontrados ao longo da investigação acerca do estudo de Wakefield. Alguns anos depois se descobriu que o doutor recebeu um pouco mais de 700 mil dólares, vindos de advogados e de famílias de algumas das crianças que foram pesquisadas; eles pretendiam processar as empresas farmacêuticas pelos “danos” que foram causados as crianças por conta da vacina. Também se descobriu através de um dos integrantes da equipe de Wakefield que a vacina não tinha o vírus do sarampo, como o estudo tinha afirmado anteriormente.

Em 2010, Wakefield foi julgado pelo Conselho Geral de Medicina do Reino Unido, onde ele foi considerado como “inapto para exercer a profissão”; perdendo seu registro médico. Além disso, a revista “The Lancet” pediu desculpas formais pela publicação do estudo.