Imagine estar em casa, na escola ou até em um passeio, virar as costas por um segundo e… cadê a criança?

Em um piscar de olhos, ela saiu correndo ou se afastou sem nenhum aviso. O coração dispara e lá está ela, indo em direção à porta, ao corredor ou a qualquer outro lugar inesperado.

Esse comportamento tem nome: elopement (ou eloping), também conhecido como fuga impulsiva.

Mas calma! Antes de se desesperar ou de concluir que é “birra”, vamos entender o que está por trás disso e, claro, como a ABA pode ajudar.

Na Análise do Comportamento Aplicada, chamamos de elopement quando uma criança ou pessoa com TEA se afasta rapidamente de um ambiente considerado seguro, sem aviso ou permissão. E isso pode acontecer por diversos motivos.

Às vezes, é uma forma de escapar de uma situação desconfortável, como barulho, uma tarefa difícil ou excesso de estímulos. Outras vezes, é simplesmente porque algo lá fora parece mais interessante!

O importante é lembrar que o elopement não é “birra” nem “falta de limites”. Trata-se de um comportamento que comunica algo, e a ABA pode ajudar a descobrir o quê.

Mas como a ABA entra nessa história?

Essa ciência busca entender as funções do comportamento. Antes de intervir, o terapeuta observa:

A partir da observação do comportamento e da análise de dados, o terapeuta desenvolve estratégias para ensinar alternativas mais seguras e funcionais que: 

Por isso, um ambiente preparado é o principal aliado na prevenção do elopement. Espaços organizados, previsíveis e seguros reduzem a ansiedade e ajudam a criança a se sentir no controle.

Com as intervenções baseadas em ABA, é possível ensinar habilidades relevantes, ajustar o ambiente e prevenir a ocorrência de comportamentos impulsivos, preservando a segurança, a autonomia e o desenvolvimento da pessoa com TEA.

Referências: 


BIFANO, Jaqueline. O que é elopement no autismo e como prevenir fugas perigosas. [S. l.], 10 jul. 2025. Disponível em: https://psiquiatrajaquelinebifano.com.br/elopement-no-autismo/ 

WALKER, H.; McADAM, D. Elopement of children with autism: what we know, successful interventions, and practical tips for parents and caregivers. New York: New York State Association for Behavior Analysis (NYSABA), 2015. Disponível em: https://asatonline.org/for-parents/education/lifespan/elopement/ 

ANDERSON, C. et al. Occurrence and family impact of elopement in children with autism spectrum disorders. Pediatrics, v. 130, n. 5, p. e1248-e1253, 2012. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4524545/