Dentre as diversas abordagens existentes para o desenvolvimento da pessoa autista, as terapias comportamentais são as mais utilizadas, já que visam analisar cada caso de forma individual e buscar ações efetivas para que o indivíduo desenvolva suas habilidades.
Um dos principais diferenciais das terapias comportamentais direcionadas para o autismo, é que elas buscam incluir não apenas a pessoa autista, mas todos aqueles que estão a sua volta como, por exemplo: mãe, pai, irmãos, professores, terapeutas ocupacionais, psicopedagogas, neurologistas, psiquiatras, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros profissionais.
Terapias comportamentais são realmente benéficas?
A resposta é sim! As vantagens das intervenções comportamentais para pessoas com autismo são diversas. Através delas, são trabalhados a dificuldade de interação e comunicação, movimentos e discursos repetitivos, regulação de humor, além do estímulo ao desenvolvimento de comportamentos sociais e na melhora de quadros de ansiedade.
A Terapia ABA
A Terapia ABA é uma das mais conhecidas nos casos de autismo por se tratar de uma intervenção baseada em evidências científicas.
A ABA aplica os princípios da Análise do Comportamento para que ocorram mudanças significativas e relevantes na vida de pessoas dentro do espectro autista, trabalhando diferentes questões, como:
Linguagem
Comunicação
Habilidades sociais e de brincar
Habilidades acadêmicas
Segundo Lear (Lear, pg. 10, 2004), na ABA, uma vez que um comportamento é analisado, um plano de ação pode ser implementado para modificá-lo. A Terapia ABA concentra-se na análise objetiva do comportamento observável e mensurável. Ou seja, para lidar adequadamente com os comportamentos, os terapeutas partem do princípio da observação e da causa raiz de cada comportamento, entendendo as suas funções.
Como também afirma Lear (2004), na Terapia ABA modificar um comportamento significa mudar os eventos ambientais (antecedentes e consequências) sob os quais ele ocorre. Para fazer isto, precisamos entender bem a relação funcional entre essas condições e o comportamento. Em outras palavras, o comportamento que está acontecendo tem alguma função para a pessoa, ou não estaria acontecendo.
Dessa forma, é possível afirmar que as terapias comportamentais possuem fundamental relevância para o desenvolvimento da pessoa autista. Sobretudo a intervenção comportamental baseada em Análise do Comportamento Aplicada.
No que se refere a Terapia ABA, quanto mais rápido a criança iniciar a intervenção, com auxílio de uma equipe multi e interdisciplinar engajada e orientada, mais rápido ela tende a se desenvolver, ao passo que aprende habilidades importantes para a sua autonomia e qualidade de vida.
Referências:
LEAR, Kathy. Um Programa de Treinamento em ABA (Análise do Comportamento Aplicada) em ritmo auto-estabelecido. Canada, 2a edição, 2004.