Inclusão escolar de crianças autistas

A inclusão escolar de crianças autistas é um direito instituído por lei (Lei Berenice Piana) em nosso país, sendo garantido após décadas de discussões acerca do assunto. Toda criança deve ter acesso à escola comum, incluindo, assim, aquelas que apresentam dificuldades e diferenças. O princípio básico das escolas inclusivas baseia-se no fato de que todos os alunos devem aprender juntos, independentemente de cor, sexo, religião, condição financeira, social ou intelectual. Cabe à escola atender às diversas necessidades de seus alunos, de modo a fazer adaptações curriculares eficientes que venham a garantir uma excelente educação para cada um deles. Para Nunes, Azevedo e Schmidt (2013), a escola é um ambiente propício para o desenvolvimento de novas aprendizagens e comportamentos, especialmente nos casos de crianças com TEA, ao passo que nela acontecem experiências sociais importantes provenientes da interação dos pares. Para além das questões acadêmicas, que podem ser estruturadas para melhor aprendizagem do aluno com TEA em sala de aula, esse é um contexto rico para o desenvolvimento de habilidades comunicativas e do brincar. Ao participar da brincadeira de pega pega no recreio, por exemplo, a criança terá de seguir as instruções do jogo, interagir diretamente com os amigos e emitir respostas, sejam elas vocais ou não. Para o caso de crianças não vocais, podem ser planejadas estratégias alternativas de comunicação, por meio de cartões ou imagens ou textos, com o objetivo de sinalizar que “você foi pego” ou “sua vez”. Profissionais das áreas da Pedagogia e Psicologia têm se debruçado cada vez mais no estudo dos processos inclusivos, a fim de garantir melhores condições de ensino para estudantes com demandas educacionais específicas. Aumenta o número de crianças autistas nas escolas regulares A presença de alunos autistas em escolas regulares vem aumentando consideravelmente. Isso se dá sobretudo pelas leis que asseguram e popularizam o processo de inclusão, mas também pela extinção das escolas especiais (Nunes, Azevedo e Schmidt, 2013). De acordo com a reportagem publicada no G1, baseado no Censo Escolar anualmente divulgado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o número de estudantes com TEA devidamente matriculados em salas de aula comuns aumentou 37,27% em um ano, levando em consideração a rede pública e particular de ensino. Ou seja, 28.740 crianças autistas passaram a frequentar classes comuns no ano de 2018. Apesar de notória a mudança quanto às políticas voltadas para a educação inclusiva, com a inserção de pessoas com TEA e/ou deficiência dentro das escolas regulares e investimento em recursos de acessibilidade, não é de todo certo dizer que os problemas estão resolvidos. A inclusão escolar é um processo complexo e, por isso, desafiador É preciso compreender que o fato dos alunos estarem em salas de aula comuns é apenas o primeiro passo, faz-se necessário ainda garantir a permanência efetiva nesse espaço. Para isso, outros fatores são de extrema importância para a inclusão escolar de crianças autistas: A adequação do espaço físico de forma a assegurar a acessibilidade; A formação continuada de professores, a fim de entender a fundo as características apresentadas por pessoas que estão dentro do TEA, bem como as estratégias pedagógicas que podem facilitar a aprendizagem; Avaliações específicas que resultam na elaboração de um Plano de Ensino Individualizado (PEI). O PEI consiste numa ferramenta norteadora para a prática do professor e planejamento das atividades escolares dos estudantes. Aqui serão propostas e descritas metas de curto, médio e longo prazos que, por sua vez, impactam diretamente no sucesso, por assim dizer, da inclusão da criança com TEA no modelo de ensino regular. Parra (2009, apud NUNES, AZEVEDO, SCHMIDT, 2013) ressalta um outro fator pertinente à inclusão escolar, sendo ele o acompanhamento terapêutico. O Acompanhante Terapêutico (AT) pode ser indicado em alguns casos e seu papel dentro da escola é de auxiliar as crianças com autismo em suas demandas cotidianas, visando promover a independência e autonomia, inserindo-as no convívio social com a comunidade escolar e com os pares. O AT também pode assessorar o professor quanto à questões específicas do aluno que acompanha, explicando a função de alguns comportamentos realizados pela criança e fazendo orientações para que a conduta seja a mais adequada possível. Muitos profissionais da área trabalham com intervenção baseada em Análise do Comportamento Aplicada (Terapia ABA), bastante eficaz nos casos de autismo. A escola como espaço decisivo para a formação dos alunos Mantoan (2015) afirma que as escolas são espaços estruturados que estimulam o convívio e aprendizado dos indivíduos e, assim, a educação passa a ter uma função decisiva na formação integral de cada aluno, ao passo que potencializa capacidades e habilidades. Ressalta ainda que cabe à escola promover mudanças significativas e estruturais para acolher as necessidades de todo e qualquer estudante, e não o contrário. “(…) O mote da inclusão, ao contrário, é de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar.” (Mantoan, 2015, p. 28). A escola inclusiva é aquela que considera toda e qualquer necessidade dos alunos, tendo desenvolvimento atípico ou não, e se adapta para atendê-las. A inclusão implica diretamente a qualidade de ensino das escolas, ao passo que nenhum aluno pode ter experiências de fracasso. REFERÊNCIAS: MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar – O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Summus, 2015. NUNES, D; AZEVEDO, M; SCHMIDT, C. Inclusão educacional de pessoas com autismo no Brasil: uma revisão da literatura. Revista Educação Especial. v. 26, n. 47, p. 557-572, set./dez. 2013.
Vacinas não causam autismo

Um dos problemas que enfrentamos atualmente é a criação e disseminação das “Fake News”, notícias falsas que possuem o objetivo de confundir a população e criar algum estado de pânico; raiva, revolta ou algum outro sentimento, na maioria das vezes negativo. Esse tipo de notícia falsa pode ser criada de forma direta ou indireta e mesmo sem a intenção de causar nenhum dos sentimentos negativos que falamos anteriormente; o responsável por criar esse tipo de notícia pode responder judicialmente por isso. Antes mesmo do termo “Fake News” começar a se tornar uma expressão de conhecimento do grande público; já se espalhavam notícias falsas. É sobre uma delas que vamos falar agora. Entenda o caso Em 26 de fevereiro de 1998, o médico britânico Andrew Wakefield publicou na prestigiada revista “The Lancet” um estudo no qual ele afirmava que quando a vacina tríplice (ou MMR, essa vacina previne sarampo, rubéola e caxumba); era aplicada em crianças elas causavam autismo. Além disso, as crianças que foram analisadas na pesquisa sofriam com uma grave inflamação intestinal além de manter no corpo das crianças o vírus do sarampo. Na pesquisa de Wakefield, ele dizia que a vacina tríplice continha o vírus do sarampo em sua composição, por isso as crianças sofriam com as inflamações intestinais; elas acarretariam em uma inflamação no cérebro e acabaria causando o autismo. Apesar dele e de sua equipe reconhecerem que essa ligação entre a vacina e esses “danos colaterais” poderia ser apenas um “vínculo casual”; os efeitos da pesquisa foram pesados, já que foi registrado uma diminuição enorme no número de vacinas MMR aplicadas no Reino Unido e no mundo. Os problemas da pesquisa Antes mesmo de que se descobrisse a farsa da pesquisa de Wakefield, já era possível perceber algumas falhas durante a construção da pesquisa. Por exemplo, o corpus analisado na pesquisa foi de apenas 12 crianças. Isso mesmo, apenas doze. Uma quantidade muito pequena, se pensarmos que se tratava de um tema tão complexo. Quando o histórico das crianças começou a ser analisado; se constatou que três das doze crianças nem eram autistas e que cinco delas já tinham o gene do autismo antes mesmo de receberem a vacina. Outros problemas foram encontrados ao longo da investigação acerca do estudo de Wakefield. Alguns anos depois se descobriu que o doutor recebeu um pouco mais de 700 mil dólares, vindos de advogados e de famílias de algumas das crianças que foram pesquisadas; eles pretendiam processar as empresas farmacêuticas pelos “danos” que foram causados as crianças por conta da vacina. Também se descobriu através de um dos integrantes da equipe de Wakefield que a vacina não tinha o vírus do sarampo, como o estudo tinha afirmado anteriormente. Em 2010, Wakefield foi julgado pelo Conselho Geral de Medicina do Reino Unido, onde ele foi considerado como “inapto para exercer a profissão”; perdendo seu registro médico. Além disso, a revista “The Lancet” pediu desculpas formais pela publicação do estudo.
O Estado deve garantir o tratamento de autistas

Infelizmente, nosso país sofre com inúmeros problemas estruturais que impedem o Estado de fornecer e manter serviços que são cruciais a toda população. Uma das áreas que mais sofrem com essa falta de estrutura é a saúde. Quem tem filhos dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) conhece de perto o sofrimento que é depender do serviço público para conseguir um tratamento efetivo e baseado em evidências científicas. Por isso, tem se tornado comum as ações judiciais para garantir o direito e, consequentemente, acesso de pessoas diagnosticadas com TEA à serviços de saúde de qualidade. É sobre uma dessas decisões que falaremos a seguir. Entenda o caso O juiz Roniclay Alves de Morais, atuante da 4a Vara de Feitos das Fazendas e Registros Públicos de Palmas, capital do estado do Tocantins; determinou que o Estado fornecesse tratamento específico a uma criança dentro do Transtorno do Espectro Autista. De acordo com o laudo médico, a criança está em um quadro que é considerado severo, necessitando inclusive de um de tratamento baseado em terapia comportamental. Durante o processo, o Estado alegou que não possuía recursos suficientes para realizar o tratamento; e que o Sistema Único de Saúde (SUS) não teria condições de oferecer tal serviço. Mesmo com tal posicionamento do Estado, o juiz decidiu que deveriam ser disponibilizados meios para que o tratamento pudesse ser realizado, e ainda afirmou que “não há como afastar o direito à saúde dos direitos fundamentais, sob pena de negarmos ao cidadão o direito à vida”. A setença do juiz fora baseada na decisão do laudo médico, que recomenda a mudança do tratamento da criança; uma vez que não haja alteração do tipo de intervenção, a criança sofreria com regressões neurológicas e dificuldades contínuas nas interações sociais. Para este caso específico, o Estado do Tocantins teve um prazo máximo de 30 dias para fornecer ao paciente a terapia intensiva baseada em Análise do Comportamento Aplicada (ABA); sob pena de bloqueio dos cofres públicos caso a decisão não fosse respeitada. Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.Para ler a decisão do juiz Roniclay Alves de Morais na íntegra, clique aqui.
Matéria Pequenas empresas & Grandes negócios- bHave

A revista “Pequenas Empresas & Grandes Negócios” do mês de Março foi dedicada ao mês das mulheres. Entre as empreendedoras celebradas estava a nossa sócia e especialista Maria Tereza, que fala sobre a mentoria recebida pela engenheira de vendas Aísa Pereira para fazer com que o nosso projeto acontecesse. A matéria vem acompanhada de um texto sobre a atual situação das mulheres no mercado empreendedor, os desafios que elas vêem enfrentando e as mudanças decorrentes disso, e você pode conferir tudo no texto abaixo: – Aisa Pereira, 58 anos, fundadora da consultoria engenharia de vendas, de Recife (PE) é mentora de Maria Tereza Pedrosa, 29 anos, criadora da bHave, de Recife (PE)“A primeira pergunta que faço para os empreendedores é: ‘O que o seu cliente vai ganhar a partir do seu negócio?’ ‘Por que você?’ Esse questionamento faz parte do meu trabalho na Engenharia de Vendas — consultoria para empreendimentos de software —, e também da mento-ria que ofereço no programa InovAtiva. Minha função como mentora é fazer as perguntas certas, destacando questões das quais o empreendedor não se deu conta.É esse olhar genuíno e profissional que tem o poder de transformar.A Maria Tereza,da bHave, fez um workshop comigo. A empresa é muito inspiradora: criou um aplicativo para ajudar no tratamento de autistas. Mas notei que ela tinha dificuldades para vender e apresentar o projeto. Durante a mentoria, pedi a ela que vendesse o produto para mim. Depois, inverti o jogo, e fiz a venda para ela e o sócio. Ela ficou emocionada com o resultado. É preciso humildade para aceitar o que vem do mentor.”“No meu trabalho com pacientes autistas, percebi que meu relacionamento com os pacientes poderia se beneficiar muito da análise de dados. Foi então que decidi criar uma ferramenta tecnológica capaz de auxiliar nesse processo. Em 2016, estruturei o projeto. Para entrar no mundo das startups, foi preciso sair da minha zona de conforto, fazer cursos e participar de eventos na área de tecnologia. Nesse sentido, a mentoria que recebemos no programa InovAtiva foi fundamental, pois ajudou a desenvolver novas habilidades. Depois do workshop com a Aisa, continuei acompanhando a empresária em outras plataformas. Além disso, fomos atrás de outras mentorias para acumular expertise. Acho que, na relação entre mentor e ‘mentorado’, a afinidade que surge entre as duas partes é essencial. Ainda estamos na fase de testes, mas nosso objetivo é construir um negócio com potencial de escala.” DUPLAS PERFEITAS- Do encontro entre empresárias de sucesso e jovens fundadoras, surgem lideranças de mininas capazes de criar os negócios de impacto do futuro-por Bel Moherdaui e Camila Gray. Homens e mulheres abrem empresas coma mesma velocidade no Brasil — de acordo com a Serasa Experian, dos quase 2 milhões de novos negócios abertos em 2016, 47% foram fundados por mulheres. Esse equilíbrio, porém, é abalado alguns degraus acima: entre as companhias de alto rendimento (que tiveram crescimento de ao menos 20% ao ano nos últimos três anos), apenas 30% são lideradas por empreendedoras. “Há uma série de atributos importantes ao empreendedor de alta performance: otimismo, autoconfiança, desejo de protagonismo, apetite ao risco e resiliência. Mas, com alguma frequência, as mulheres enfrentam desafios justamente nessas questões. Além, é claro, de encararem uma questão cultural forte que dificulta o desenvolvimento dos negócios. Por isso, uma das nossas missões é entender esse cenário com mais clareza e trazer à tona mais exemplos de mulheres de sucesso que inspirem outras”, diz Camila Junqueira,diretora-geral da Endeavor.Organização que tem como meta ampliar o impacto dos empreendedores no país, a Endeavor registra, entre as empresas de alto impacto que apoia, uma participação feminina de apenas 15% — embora o número venha crescendo a cada ano. Esse desequilíbrio de gêneros se repete no InovAtiva Brasil, programa de aceleração para startups realizado pelo Sebrae, em parceria com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Dos 646 negócios já acelerados, apenas 14% são fundados por mulheres.Uma ferramenta que vem sendo adotada por diversos programas para diminuir essa discrepância de gêneros é a mentoria — mais especialmente aquela em que uma empresária de sucesso orienta e apoia uma empreendedora em ascensão. É esta a principal meta de plataformas como a Winning Women, criada pela consultoria Ernst & Young (EY) em 2006 nos Estados Unidos, e que neste ano reunirá sua sexta turma no Brasil. “Nosso objetivo é fomentar a liderança feminina”, afirma Raquel Teixeira, líder dos programas de liderança feminina da EY no país. O Winning Women, que tem inscrições abertas até o fim deste mês, fornece às participantes capacitação, troca de experiências e ampliação da rede de contatos via mentoria de um grupo de 22 empresárias.No total, 46 empreendedoras já passaram pela formação, que é gratuita. A Rede Mulher Empreendedora é outra instituição que incentiva essa troca feminina, em projetos como o Café com Mentoria. “O processo de mentoria é essencial para qualquer empreendedor. E por quê feminina? Porque a mentora entende a fundo as questões que envolvem um negócio liderado por mulheres”, diz Ana Lúcia Fontes, fundadora da Rede.Embora não tenham programas voltados especialmente para mulheres, Endeavor e InovAtiva atentam para a diferença entre as mentorias oferecidas por empresários e empresárias. “Pesquisas mostram que, no Brasil, embora na média tenham mais escolaridade que os homens e dediquem mais horas ao próprio negócio, em geral as empreendedoras se sentem menos preparadas do que eles. Por isso, e por compartilharem desafios, mentoras podem ter mais facilidade para desenvolver empada com outras empreendedoras e podem ter mais sensibilidade para trabalhar pontos necessários para crescer”, diz Renata Malheiros Henriques, gerente da unidade de acesso a mercados do Sebrae nacional. Nas próximas páginas, duplas de empreendedoras contam como mudaram para sempre as histórias umas das outras. Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios- Edição 350, Março de 2018
Dia Mundial da Conscientização do Autismo

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é celebrado anualmente no dia 2 de abril. Essa data foi apresentada pelo Estado do Qatar através da resolução 62/139 na assembléia Geral das Nações Unidas em 18 de dezembro de 2007. O grande objetivo era conscientizar a população acerca do autismo. Expondo também a luta contra a desinformação que fazia com que muitas crianças nunca recebessem diagnóstico ou tratamento adequado. No primeiro evento, em 2 de abril de 2008, o então Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, elogiou a iniciativa tomada pelo Qatar e pela família real do país, pelo esforço de chamar a população mundial ao debate sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista). Esta resolução da ONU declara o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo como uma das quatro Jornadas específicas das Nações Unidas para a saúde. Ela chama a atenção do mundo para o TEA; Uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, que podem ser caracterizadas pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Dados indicam que mais de 75 milhões de pessoas estão dentro do espectro autista ao redor do mundo. Um dia de ações A resolução do Dia Mundial da Conscientização do Autismo incentiva que todos os Estados-Membros tomem medidas para aumentar a sensibilização acerca do TEA em toda a sociedade, e encoraje o diagnóstico e a intervenção precoce. Essa data gera um destaque muito importante sobre o tema. Principalmente por ser uma condição que tem aumentado muito ao longo dos anos. As atividades referentes a esse dia ajudam a divulgar o conhecimento e derrubar mitos em todo o globo. Além disso, essa data celebra os talentos e habilidades únicas que pessoas com TEA possuem, e é um dia em que os indivíduos dentro do espectro são calorosamente recebidos e abraçados em eventos comunitários ao redor do mundo. Além disso, é uma data muito importante, pois ela da voz para as milhões de pessoas que estão dentro do espectro, sem diagnóstico, incompreendidas e à procura de ajuda. Leia também Autismo, é preciso entender para enxergar. O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do desenvolvimento neural cujos sintomas começam a se manifestar nos primeiros anos de vida da criança, antes dos três anos de idade. Contudo, também podem aparecer quando as demandas sociais exigirem do indivíduo habilidades mais complexas ou, ainda, ficar mascarados quando o mesmo consegue aprender estratégias para lidar com o mundo exterior (família, trabalho etc). LEIA O ARTIGO COMPLETO
Lei Berenice Piana

A Lei do Berenice Piana, também conhecida como Lei do Autismo, foi criada para auxiliar pessoas dentro do TEA. Por apresentar algumas dificuldades ao longo de suas vidas, em maior ou menor grau, pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) precisam ter acesso a tratamentos adequados e especializados. Tanto com equipes multi e interdisciplinares, como também a uma educação de qualidade e direcionada. Isso busca desenvolver as suas potencialidades e garantir a independência. Outros fatores também são relevantes, como a inserção no mercado de trabalho, acesso a moradia e assistência social. A Lei do autismo foi sem dúvida uma conquista significativa para os autistas, familiares, profissionais que trabalham direta ou indiretamente com esse público e, especialmente, para a sociedade. Ela assegura que as necessidades, acima citadas, sejam efetivadas e coloca a todos, enquanto cidadãos, como participantes ativos e agentes de mudança. O Tratamento do Transtorno do Espectro Autista O TEA pode ser diagnosticado nos primeiros anos de vida da criança, principalmente na idade pré-escolar (antes dos 3 anos), e tende a comprometer o desenvolvimento do indivíduo ao longo de sua vida. Estudos apontam que o diagnóstico e a intervenção precoce podem melhorar consideravelmente o quadro clínico do autismo, ao passo que diminui os sintomas e desenvolve repertórios comportamentais importantes na vida das crianças. Repertórios esses que serão pré-requisitos para a aprendizagem de habilidades mais complexas. O atraso para a realização do diagnóstico se dá muitas vezes pelo desconhecimento dos sintomas, pela variabilidade na qual os eles se apresentam e pela falta de profissionais capacitados e bem treinados para reconhecer essas manifestações precocemente. É realidade também a carência de serviços especializados para autistas em algumas regiões do país. Com relação à intervenção nos casos de TEA, a Lei do autismo assegura: Art. 2o (…) III – a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes; Art. 3o (…) III – o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo: a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo; b) o atendimento multiprofissional; c) a nutrição adequada e a terapia nutricional; d) os medicamentos; e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento. Inclusão escolar de alunos autistas A inclusão escolar de pessoas diagnosticadas com TEA é um assunto muito discutido atualmente. Visto que envolve a participação de diversos agentes educacionais. Apesar de existirem leis internacionais e nacionais que regulamentem a necessidade de incluir pessoas com deficiência nas escolas regulares, ainda se sabe que este é um processo longo e de construção. Incluir não significa apenas fazer parte do corpo de alunos da escola. Significa criar condições e contextos – da estrutura física das escolas à currículos de ensino adaptados. Tudo para que os estudantes autistas consigam, de forma efetiva, aprender e desenvolver as suas potencialidades. Para além de assegurar matrícula, as escolas devem ter uma equipe de professores capacitada, que esteja apta a lidar com as necessidades individuais do aluno, garantindo um ambiente de aprendizagem. É seguro também, se comprovada a necessidade, a participação de profissionais especializados para acompanhar as crianças com TEA. A Lei do autismo garante aos alunos com TEA: Art. 3o (…) IV – o acesso: a) à educação e ao ensino profissionalizante. Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado. Art. 7o O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos. § 1o Em caso de reincidência, apurada por processo administrativo, assegurado o contraditório e a ampla defesa, haverá a perda do cargo. A Lei Berenice Piana, ainda no Art. 3º, faz menção a outros aspectos relevantes para o desenvolvimento dos autistas, no que diz respeito à construção de sua independência. IV – o acesso: b) à moradia, inclusive à residência protegida; c) ao mercado de trabalho; d) à previdência social e à assistência social. Berenice Piana, mãe de um jovem diagnosticado com TEA, lutou pelos direitos dos autistas com muita perseverança. Com o apoio do Senador Paim, relator da lei, e de um grupo de pessoas que se sensibilizaram com a causa, conseguiu construir um projeto de lei, então aprovado em dezembro de 2012 pela então Presidenta Dilma Rousseff. A Lei de nº 12.764 foi escrita coletivamente, a partir das dificuldades enfrentadas pelos autistas. Com isso, todos são convocados diariamente à conhecer mais sobre o autismo. Podendo dar sua contribuição na construção de uma sociedade mais justa, humana e inclusiva. Onde todos possam ter as suas necessidades básicas atendidas e total condições de desenvolver todo o seu potencial.
Conheça a Terapia ABA

A Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis), mais conhecida no Brasil como Terapia ABA, aplica os princípios da Análise do Comportamento, abordagem do campo da Psicologia que visa a compreensão do homem por meio da sua interação com o ambiente. Com mais de cinquenta anos de pesquisa e planos de intervenção bem sucedidos, a Análise do Comportamento Aplicada contribuiu significativamente para o avanço do tratamento de indivíduos diagnosticados dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma ciência baseada em evidências Pesquisas pioneiras de Ferster (1961) e Ferster e DeMyer (1961 e 1962), realizadas em laboratório, demonstraram que era possível a aplicação dos princípios de aprendizagem em crianças com distúrbios de desenvolvimento, uma vez que o comportamento delas poderia ser modificado. Percebeu-se que os repertórios comportamentais aumentaram e comportamentos tidos como problemáticos diminuíram. Ivar Lovaas, no ano de 1987, também apontou resultados importantes ao legitimar o uso de princípios comportamentais no ensino de crianças diagnosticadas com autismo. De 19 crianças que tiveram acesso a este tratamento intensivo (Terapia ABA), 47% foram reintegradas com sucesso em escolas regulares, e apenas 2% conseguiram atingir esse objetivo com outras formas de intervenção. O objetivo da Terapia ABA O propósito da Terapia Aba nos casos de TEA é o ensino de repertórios socialmente relevantes e funcionais, sejam eles relacionados à habilidades sociais, acadêmicas, atividades da vida diária etc. Visa também fazer com que comportamentos inadequados (ex.: autolesão, agressividade, estereotipias) desapareçam, e novas formas de comunicação sejam estabelecidas. Busca ampliar a percepção de mundo, favorece interações sociais e auxilia crianças, jovens e adultos a desempenhar, com mais independência, papéis que são relevantes em suas vidas. Como funciona?
Autismo | É preciso entender para enxergar

O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do neurodesenvolvimento cujos sintomas começam a se manifestar nos primeiros anos de vida da criança, antes dos três anos de idade. Contudo, também podem aparecer quando as demandas sociais exigirem do indivíduo habilidades mais complexas ou, ainda, ficar mascarados quando consegue aprender estratégias para lidar com o mundo exterior (família, trabalho etc). De acordo com o DSM V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), os critérios diagnósticos são déficits persistentes e significativos na comunicação e interação social, bem como comportamentos repetitivos e interesses restritos. É muito comum a criança com TEA apresentar rotinas e rituais próprios que, geralmente, não tem uma funcionalidade aparente. O nível de severidade é baseado nos prejuízos da comunicação social e padrões de comportamentos restritos, podendo ser leve, moderado ou grave. A falta de conhecimento sobre os sintomas do TEA faz com que muitas crianças não tenham acesso a um diagnóstico e tratamento adequados. A intervenção precoce está diretamente relacionada ao melhor prognóstico, podendo ajudar a reduzir sintomas e aumentar a chance da criança atingir melhores resultados e, consequentemente, uma vida mais independente. “Como identificar os sinais do autismo?” Primeiramente, é preciso conhecer! Vamos entender quais são os sinais que uma criança com autismo pode apresentar durante o seu desenvolvimento: Os primeiros sinais são geralmente percebidos pelos familiares, mas nem sempre eles têm informações suficientes para procurar a ajuda necessária. O pediatra é o primeiro profissional a entrar em contato com essas crianças, pois que é dele a responsabilidade dos cuidados primários. Ele deve estar capacitado para identificar os sintomas do TEA e, a partir disso, encaminhar para Neuropediatras ou Psiquiatras infantis, que passarão instruções e direcionamentos para que o tratamento possa ser iniciado. Vale lembrar que cada criança terá um plano de tratamento único, feito de acordo com as necessidades que apresenta naquele determinado momento de sua vida. Profissionais como: Analistas do Comportamento, Psicólogos, Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais, Psicopedagogos e Educadores Físicos, também tem um papel relevante na intervenção com autistas. O Autismo no Brasil e no Mundo. Segundo dados da ONU, estima-se que 1% da população mundial esteja dentro do espectro autista. Isso equivale a cerca de 70 milhões de pessoas. 2 milhões apenas no Brasil. 1. Nos Estados Unidos presume-se que o número de autistas cresceu de 1 a cada 200 pessoas para 1 a cada 45 nos últimos 15 anos. 2. Com relação a incidência, são diagnosticados 4 meninos para 1 menina. 3. A probabilidade de ter um segundo filho autista é de 25%, se for menino, e 11% se for menina. A importância do entender A visão de mundo das pessoas diagnosticadas com TEA pode ser um pouco diferente da nossa, mas é preciso compreender, acolher e, acima de tudo, apoiar. Conheça a história de pessoas que encaram esse desafio: Nos conte a sua história. Você convive com o Autismo? Como ele entrou em sua vida? Alguma dúvida ou questionamento? Vamos juntos em busca de conhecimento!